Portugal, ou melhor, o sector agrícola nacional desperdiçou nos últimos dez anos, mais de 10 mil milhões de euros provenientes dos cofres da União Europeia. A pergunta que obrigatoriamente terá de ser feita é: onde param estes 10 mil milhões de euros?
Há que fazer algumas contas, de modo a termos bem consciência do dinheiro que chegou, mas não se sabe onde pára. Assim, aproveito para relembrar que, por ano, Portugal desperdiçou a módica quantia de mil milhões de euros, perfazendo o “insignificante valor” de 2.739.726 euros por dia.
Resumindo, a área agrícola portuguesa diminuiu e a mão-de-obra escasseou nesta última década. O ministro da Agricultura, Jaime Silva, tem, então, este desabafo: «Feitas as contas, Portugal está a receber grandes quantidades de dinheiro para a agricultura desde 1983 e o resultado é o que se sabe. Ou seja, o País não aproveitou a oportunidade que lhe foi dada» (in Expresso, 14 de Outubro de 2006).
Pois Senhor Ministro da Agricultura Jaime Silva, o resultado todos sabemos qual é e que Portugal não aproveitou os subsídios que foram dados, não é segredo nenhum. Problema é que, parece que ninguém está preocupado em saber para onde foram esses 10 mil milhões.
No entanto, não deixa de ser curioso que, ao mesmo tempo que Portugal recebia grandes quantidades de dinheiro para desenvolver os sectores de actividade com maiores dificuldades, apareceram os jipes, os Mercedes, os Jaguares e as quintas e casas de férias de muitos e muitos “agricultores”.
E se não aproveitámos, ou melhor, aproveitaram, não será a partir de 2013, com a reforma da Política Agrícola Comum e o correspondente corte de subsídios, que Portugal irá conseguir colocar-se na “linha da frente” da agricultura europeia.
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